terça-feira, 25 de junho de 2013

Quem nunca ouviu falar nas mulheres girafas?! Apesar de terem grande repercussão na mídia, muita gente acha que as mulheres que levam argolas gigantes no pescoço são mera ficção, fruto da imaginação das pessoas. Pois é, mas elas existem de verdade e vivem na Tailândia.

 
 O costume de se enfeitar com as argolas é milenar e as mulheres que mantêm essa tradição pertence a tribos que fugiram da antiga Birmânia. Assim que se instalaram nas montanhas de Mae Hong Son, no norte da Tailândia as mulheres tinham o costume de se esconder, já que não estavam acostumadas com a civilização.
  Isso ajudou a criar a ideia de figuras lendárias, mitos pertencentes ao folclore regional. Acontece que de um tempo para cá as mulheres girafas têm se tornado cada vez mais conhecidas pelos turistas que visitam a região, sendo que estão sendo criadas até mesmo vilas artificiais que abrigam essas mulheres e promovem o contato delas com visitantes interessados em conhecer melhor a cultura local.
 .Apesar do longo pescoço, as mulheres chamam a atenção pela beleza. Delicadas e altivas, desde muito jovens as mulheres têm o pescoço alongado e apesar da cabeça parecer um pouco pequena em relação ao corpo, a beleza em nada se altera. Vale dizer que a primeira impressão não é  das mais normais, mas depois de um tempo todos se acostumam com o estilo delas.
Quem chega a uma dessas aldeias é sempre muito bem recebido. O modo de vida das mulheres é muito simples, quase sem conforto ou modernidade. As crianças desde pequenas garantem a continuidade da tradição e é possível ver garotas de 3 anos com argolas no pescoço. Mas você sabe por que elas usam as argolas?
  Há quem diga que o pescoço longo é sinal de beleza entre elas, logo, quanto mais argolas, mais bela é a mulher. Existem boatos de que se trata de um costume que torna a mulher submissa ao homem, uma vez que existem histórias de homens que teriam tirado as argolas de suas mulheres em caso de adultério. Isso é na verdade mentira uma vez que as mulheres não morrem quando tiram as argolas, o que é feito com relativa frequência.
 Alguns pesquisadores defendem que as argolas eram na verdade uma proteção contra os ataques de tigres, e acabaram se tornando uma tradição milenar e mais que isso, o símbolo daquele povo. Embora muita gente se confunda, é o ombro que desce sob o peso do adorno e não o pescoço que cresce. Isso deixa cicatrizes mas após um tempo as mulheres dizem que se acostumam.

Fonte


domingo, 23 de junho de 2013

Amish




É um grupo que existe nos Estados Unidos e Canadá, sendo conhecido pela sua restrição ao uso da tecnologia e a sua '' recusa" de participar do século XXI. Além da restrição tecnológica, caracteriza-se pelo seu conservadorismo... É como se vivessem em outra época, utilizando inclusive roupas antigas. Veremos à seguir alguns aspectos importantes do amish, tentando mostrar que existem conceitos equivocados em relação a cultura desses indivíduos.

Um pouco de História...

O também descendente dos grupos suíços de anabatistas, Mennonitas, é que desencadeou o surgimentos dos amish, pois devido ao seu afastamento dos ensinamentos de Menno Simons - segundo pensava Jacob- que "fundou"
o grupo mennonita,Jacob Amman iniciou o movimento Amish. No século XVIII por causa das perseguições aos anabatistas, os primeiros amish imigraram para os Estados Unidos. A Pensilvânia foi o principal destino deles, tendo até os anos 2000 aproximadamente 47 mil dos 198 mil membros existentes no mundo. 

Sociedade

A sociedade amish não vive completamente sem tecnologia, aceita e usa somente o que não irá contrariar os preceitos da Bíblia. Sendo que isso passa por um processo de avaliação, denominado ordnung. A vida é em vilarejos, longe da cidade e das demais pessoas, pois acreditam que elas podem corromper a sua pureza e aproximá-las dos sete pecados capitais. Vivem de acordo com a Bíblia e por isso são  conservadores, sendo que seguem rigidamente tudo o que é dito nela. Dentro da comunidade o idioma é uma espécie de alemão, conhecido como alemão da Pensilvânia. "  Eles dividem-se em irmandades, que por sua vez se divide em distritos e congregações. Cada distrito é independente e tem suas próprias regras de convivência."

Dica: O filme " A testemunha" ilustra um pouco da cultura amish.

 





Esse filme, segundo os amish mostra uma imagem liberal deles, sendo que não gostam de ser fotografados por causa  que a Bíblia diz que o homem não deve ter sua imagem gravada.



Crenças
 
Os princípios enfatizados pelos Amish são:
  • A Bíblia, principalmente a ética do Novo Testamento, devem ser obedecidas como a vontade de Deus, embora não sistematizando sua teologia, mas aplicando-as no dia-a-dia. A interpretação da Bíblia é realizada nos cultos e reuniões da igreja. Essa posição de evitar querelas teológicas evitou divisões de carácter doutrinário nas denominações anabatistas.
  • Credos e confissões são somente documentos para demonstrar aquilo que se crê, mas requerem a adesão ou crença a eles. Aceitam, portanto, em essência os Credos históricos do Cristianismo, mas não o professam.
  • A Igreja é uma comunidade voluntária formada de pessoas renascidas. A Igreja não é subordinada à nenhuma autoridade humana, seja ela o Estado, ou hierarquia religiosa. Assim evitam participar das atividades governamentais, jurar lealdade a nação, participar de guerras.
  • A Igreja não é uma instituição espiritual e invisível, mas uma coletividade humana e real, marcada pela separação do mundo e do pecado e uma posição afirmativa em seguir os mandamentos de Cristo.
  • A Igreja celebra o Batismo adulto por aspersão como simbolo de reconhecimento e obediencia a Cristo, e a Santa Ceia em memória da missão de Jesus Cristo.
  • A Igreja tem autoridade de disciplinar seus membros e até mesmo sua expulsão, a fim de manter a pureza do indivíduo e da igreja.
  • Como pode ser notado, a teologia anabatista é massivamente eclesiológica, baseada na vida comunitária e Igreja.
  • Quanto a salvação, os Amish crêem no livre-arbítrio, o ser humano tem a capacidade de se arrepender de seus pecados e Deus regenera e ajuda-o a andar em uma vida de regeneração.
  • Os Amish não creem que a conversão para Cristo seja uma experiência emocional de um momento, mas um processo que leva a vida inteira;
  • O que único na Teologia Anabatista, principalmente depois de Menno Simons, é a visão sobre a natureza de Cristo, possui uma doutrina semi-nestoriana, crendo que Jesus Cristo foi concebido miraculosamente pelo Espirito Santo no ventre de Maria, mas não herdou nenhuma parte física dela. Maria, seria portanto um instrumento usado por Deus, para cumprir o Seu plano.
  • A essência do cristianismo consiste em uma adesão prática aos ensinamentos de Cristo.
  • A ética do amor rege todas as relações humanas.
  • Pacifismo: Cristianismo e violência são incompatíveis

Sempre há uma escolha...  

Uma criança amish ao nascer o está com seu destino totalmente traçado pela comunidade, não é obrigada a ficar se não quiser, permite-se que tenham o poder da escolha, deste modo permitem que ao completar 16 anos elas fiquem um tempo nas cidades, ver como é uma vida baseada no século XXI ( os amish vivem culturalmente no século XVIII). Depois o menino (a) pode decidir se ficará no vilarejo ou na cidade, se optar pelo não, ainda poderá visitar, mas se tornará um desconhecido para a comunidade e até mesmo para sua família. Esse processo é denominado como rumspringa.

 

 



 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Moda Gyaru - fazendo a cabeça das garotas de Shibuya.




Gyaru é a transliteração japonesa para a palavra gal (que começou como nome de uma marca de jeans e hoje é usada para se referir a garotas [girl ~ gal].)

A moda se iniciou, mais ou menos, no ano de 1991 quando algumas garotas, conhecidas como kogal, começaram a se rebelar ao padrão de beleza japonês, começando a se bronzear, usar suas saias colegiais bastante curtas (sendo o padrão na altura dos joelhos) e loose socks ao invés das tradicionais meias ¾ dos uniformes japoneses.


Podemos dizer que, de forma abrangente, as gyarus são garotas com boa posição social e antenadas na moda, tanto ocidental quanto oriental. 



Sempre usam marcas caras, de designer famosos, tanto mundialmente quanto no Japão. Se valem de cabelos claros (dependendo do estilo se valem de cinza e tons platinados, ou de castanho claro a loiro), algumas vezes lisos, outras vezes enrolados. A pele, geralmente bronzeada, varia de tons bastante naturais a bastante escuros, apesar de, claro, ter garotas que preferem manter a pele bastante branca.


[ Para-para: tipo de dança popular entre as gyaru, consiste em coreografias com muito movimento de braços, feitas em músicas rápidas com batidas inspiradas no "eurobeat"]


Há uma ramificação grande dentro do estilo, apesar de que, no Japão, todas são tratadas, simplesmente, por gyaru, sem haver distinção de estilo.


Existem até os chamados "Gyaru oh" que são garotos que tem a pele bronzeada, cabelos tingidos e seguem o mesmo padrão de comportamento das Gyaru.



quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vida nas cavernas. 



A fumaça que brota do chão cobre a paisagem como nuvens. Terra seca e céu de azul forte. Montanhas que parecem tão sem vida escondem milhares de pequenas cavernas. E tem gente morando lá dentro. São como grandes edifícios de terra. As cavernas normalmente têm entre cinco e sete metros de comprimento. Espaço apertado que a praticidade dos chineses consegue multiplicar.
A casa toda funciona numa peça só: o fogão fica colado na cama, que é também um sofá onde eles recebem as visitas, onde as pessoas se sentam para conversar e tomar um chá. O sistema interessante é que a fumaça desse fogão não sai direto por uma chaminé. Nem se vê a chaminé. Ela vai por tubulações serpenteando debaixo da cama, que é aquecida, deixa o ambiente quentinho e só depois vai para fora.
Cento e vinte milhões de chineses moram em cavernas no vale do Rio Amarelo. Na entrada das casas de portas semicirculares, panos coloridos cortam o vento e conservam o calor. Dona Wang Bin Xiang vive com o marido e passa os dias cuidando do netinho enquanto a filha e o genro trabalham.
A hospitalidade deles é incrível. Quanto mais pobre a família mais coisas eles oferecem. Para quem já teve tão pouco, a comida é um dádiva. Só nos anos 60, 30 milhões de chineses morreram de fome. Por isso, tudo é aproveitado. Até as cascas são guardadas para alimentar os animais. Dona Wang Bin Xiang mostra as mãos cortadas, cheias de calos, de uma vida inteira trabalhando na lavoura e cuidando da família.
Na China, os bebês não usam fraldas. Eles usam calças com um buraquinho. Então, quando precisam fazer xixi ou coco, eles já estão prontos. Se abaixam em qualquer lugar e ali mesmo resolvem o problema.
Medo do diferente. Dona Wang Bin Xiang conta que nunca tinha visto de perto uma pessoa com olhos claros e nem uma mulher com a minha altura.
Em cada andar da montanha, uma pequena fazenda. O povo das cavernas cria porcos, cabras, qualquer animal que possa ajudar na sobrevivência da família.
Nos anos 50, as cavernas eram feitas em massa. Um imenso condomínio daquela época, na universidade local, está sendo reformado e vai ser alojamento de estudantes. São prédios e continuam sendo cavernas.
Aquelas montanhas guardam muita história. Foram o ponto final da Grande Marcha – quando o exército comunista, liderado por Mao Tse Tung, atravessou a China fugindo das tropas do governo. Mao Tse Tung vivia e trabalhava numa caverna. Por causa dele, a cidade foi tão bombardeada pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial que pouca coisa histórica restou. Só a torre foi poupada porque era usada pelo inimigo como referência para encontrar a cidade.
No norte da China, durante o inverno, o sol nunca fica a pino. Ao meio-dia, parece o sol das 17h no Brasil. Na área de montanhas, perto da fronteira com o deserto, entendemos a força da expressão "um lugar ao sol". A face sul da montanha, que fica de frente para o sol, está sempre aquecida. Em compensação, a face norte, o lado escuro da montanha, passa meses sem receber um raio de sol. A neve que caíra havia uma semana ainda não tinha derretido.
No inverno, a temperatura pode chegar a -30ºC. Já no outono, o gelo ameaça as plantas. Mas um sistema simples, aproveitando a idéia das cavernas, está revolucionando a economia do lugar: estufas feitas com paredes grossas de barro de um lado e, de frente para o sol, uma cobertura de plástico. Esteiras de palha de trigo sobem de manhã, para deixar o calor entrar, e são abaixadas à noite para conservar a temperatura. Lá dentro, um clima quase tropical. Os tomates crescem bonitos e grandes.
Com financiamento do governo local, as famílias que conseguiram construir uma estufa vivem muito melhor: vendem no inverno culturas de verão e faturam o equivalente a R$ 2 mil por ano – o que, na China, dá o dobro do poder de compra do dinheiro no Brasil.
Essa revolução agrícola ajuda a prosperarem cidades como Yan'an, que por falta de espaço para crescer para os lados, sobe prédios e se espreme no vale do rio. A nova arquitetura convive com cavernas que ficaram, como um templo cavado nas montanhas, e hotéis em estilo caverna vão aparecendo nas encostas. Ao entrar na modernidade, o vale do Rio Amarelo tenta fazer de um jeito primitivo de viver uma atração turística.


segunda-feira, 17 de junho de 2013



Cultura Gótica

 


Essa subcultura teve origem no Reino Unido no final da década de 70, possuindo um embasamento histórico. O termo gótico origina-se do Godo 
(bárbaro), sofrendo alterações ao longo do tempo quanto ao seu significado, sendo que serviu para designar uma tendência literária e artística. 
O goticismo foi influenciado por movimentos artísticos, como o Decadentismo, o Expressionismo, a Cultura Cabaré e Beatnick. No início da década de 80 é que o termo gótico passou a ser empregado para referir-se a um estilo de vida, designando melancolia, escuridão e tudo o que fosse similar à isso.
Os góticos não possuem músicas ou livros específicos,porém têm suas preferências,como:

Literatura:

  • Horror Gótico:                     
    • Mary Shelly
    • Horace Walpole

freethoughtalmanac.com
Romantismo: 

Lord Byron

    • Lord Byron
    • William Blake
Literatura Brasileira e Portuguesa:
  • Augusto dos Anjos
  • Álvares de Azevedo
  • Fernando Pessoa
  • Camilo Pessanha
  • Eça de Queirós
  • David Soares
    • Mário de Sá Carneiro
... entre outros...
  
* Não que exista um padrão, esta subcultura como qualquer outra e como a cultura massificada, têm o direito de diversidade, assim como os indivíduos dentro dela,possuem o direito de escolherem, de terem individualidade.

Nota: 
O goticismo é uma subcultura, pois não " apareceram de outra nem tão pouco criaram ou tentam criar uma subdivisão, é simplesmente uma subcultura (...), tem suas origens fundamentadas em ideias, seja a arte (dança, música, pintura e teatro), a escrita, a filosofia, dentre outras."
Religião

Em geral, as pessoas têm uma ideia equivocada quando se trata da religião
dos góticos,pois por eles passarem aparentemente uma certa melancolia, os associam ao satanismo. Porém, eles são laicos, ou seja, neutros à qualquer religião.

Curiosidade:

No visual gótico é possível encontrar o crucifixo, o qual para eles possui uma simbologia: a tortura ( cruxio=TORTURA), essa simbologia não foi criada por eles, mas sim adotada, pois antes mesmo do nascimento de Cristo, ele era usado em Roma para a tortura.

Aparência

O modo de se vestir de um gótico é predominantemente preto, sendo que é usada qualquer outra cor, porém em minoria. A escolha por usar totalmente preto ou algum acessório de uma tonalidade diferente é individual.
Os góticos tem um visual próprio, o qual é chamativo, pois é diferente e marca a identidade de um grupo. Porém, a intenção não é chamar a atenção, simplesmente faz parte da cultura. 
* As vestimentas podem ser encaradas ainda como uma crítica implícita. 

" Um mundo bom de viver, é aquele que só vai existir ao momento que toda falsidade, hipocrisia e frieza acabar. "

Os góticos não são apenas indivíduos que usam roupas pretas, apreciam a vida noturna e a melancolia, como a maioria das pessoas pensa. Existe uma simbologia para tudo e por trás de tudo isso existe uma filosofia.
A filosofia gótica é constituída, basicamente da ideia de viver-se em paz, em um mundo sem mais mágoas, o qual possa extinguir a solidão dos góticos. Essa é filosofia dos góticos...  E a desse blog é: Conhecer mais, julgar menos!


sábado, 15 de junho de 2013

A poliandria no Tibet

                                     A poliandria no Tibet

As pessoas geralmente lembram da poligamia como o casamento de um homem com várias mulheres. Mas este é o termo geral, que do grego significa vários matrimônios. O termo mais adequado seria poligenia, para os homens “pegadores”, e poliandria, no caso do envolvimento amoroso/sexual/etc de uma mulher com vários parceiros.


Poliginia é até comum. Já os casos de poliandria são relativamente raros e mais, complexos? (Não acho a palavra agora). Um exemplo é o que acontece no Tibet ou acontecia porque com a ocupação chinesa, as medidas de controle populacional também foram aplicadas naquele país e as formas de poligamia foram proibidas pela nova lei familiar tendo um grande impacto na estrutura social e no seu sistema tradicional de casamento.

O Tibet possui o caso mais comum de poliandria, no caso a poliandria fraternal. O que significa que a mulher desposa dois ou três irmãos da mesma familia. Geralmente não mais que isso. O interessante nesse caso é que eles não convivem todos ao mesmo tempo sob o mesmo teto. Os homens tem como principal atividade o comércio. E por habitarem em regiões de dificil acesso, eles vivem mais ou menos como caixeiros-viajantes passando longas temporadas fora de casa. Enquanto dois irmão viajam, um sempre fica em casa com a mulher para trocar a lâmpada. E quando eles retornam, ocorre um revezamento. Resumindo: a poliandria tibetana pode ser considerada como um casamento com maridos rotatórios. 

              
                                                     (Reportagem feita pela rede Globo) 

Fonte

quinta-feira, 13 de junho de 2013

VIVA OS ANOS 50!!!

Em Enviken, o culto aos anos 1950 une pais e filhos
Enviken é um vilarejo de aproximadamente 1,7 mil habitantes na região central da Suécia. Cravada em uma floresta, bem poderia atrair visitantes pelo “ar puro, rios limpos e uma magnífica paisagem de montanha”, como está em seu site oficial. Mas esses atributos naturais não são o motivo de um interesse crescente pela comunidade. O que chama a atenção para o local é o fato de seus moradores viverem como se tivessem entrado no túnel do tempo e parado nos anos 1950, nos Estados Unidos, quando surgiu o estilo rockabilly – gênero musical que mistura rock, blues e country. No mundo todo, entusiastas dos chamados anos dourados até incorporam uma ou outra marca do visual daquela época, como os topetes moldados com brilhantina, para os homens, e olhos delineados, para as mulheres. Há ainda quem se produza nesse estilo para as festas rockabilly, que acontecem também no Brasil, especialmente em São Paulo. Mas em Enviken as pessoas vivem assim. Com roupas, cabelos, carros e músicas do passado. Como se, de fato, o tempo tivesse parado.
A origem dessa mania pela cultura rockabilly não é muito clara. Há quem diga que ela se instalou nos anos 1980, quando uma banda de rockabilly da comunidade, a Ryno Rockers, ficou famosa no país inteiro. Houve um revival mundial do estilo nessa época e a adoção do padrão retrô de vida teria vindo com a música. Mas o site do vilarejo na internet conta que os moradores compraram os carros americanos antigos porque eles são grandes e podiam levar um número maior de passageiros para se divertir em cidades próximas. O fato é que o gosto pelos anos 1950 passou de uma geração para outra e atualmente velhos e jovens curtem juntos a mesma onda. É o caso da família Jonsson. Josefin, 21 anos, é DJ de rockabilly e foi influenciada pelos pais. “Eu cresci ouvindo esse tipo de música, mas só me envolvi mesmo quando tinha uns 15 anos, quando comecei a usar roupas daquele tempo”, contou ela à ISTOÉ. “Aquela década foi marcada por um otimismo em relação ao futuro, além de ser esteticamente fantástica. Não posso fazer nada senão amar tudo isso”, acrescentou a jovem, que também coleciona artigos de decoração vintage.
O pai de Josefin, Lasse, é produtor de uma das várias bandas de rockabilly de Enviken, a Little Andrew and the Rhythm Boys. Os quatro integrantes do grupo são adolescentes. As letras de suas canções resgatam a inocência da época, como a que exalta uma menina de cabelos pretos e boca rosada. O vocalista, Andreas Östlund (daí o nome do quarteto), disse ao jornal sueco “Sydsvenskan” que começou a frequentar eventos de rockabilly com apenas 1 ano de idade. Já o baixista, Robin Adeström, reclamou de uma espécie de subtipo do rockabilly, o psychobilly – uma mistura do gênero com o punk, surgida nos anos 1980. Ele e todos em Enviken gostam do rockabilly tradicional. As gravações são feitas na casa de familiares de um dos integrantes. O som deve mesmo ter certas imperfeições, como um pouco de eco. “Não gosto de música feita em computadores”, diz Adeström. Ao contrário da maioria dos meninos de sua idade do mundo todo, esses não gostam de hip-hop nem de techno. São jovens velhos da comunidade sueca.
ANOS DOURADOS
O estilo teve um revival mundial nos anos 1980,
mas no vilarejo perdura até hoje.
Há até uma gravadora especializada em rockabilly em Enviken. Algo curioso em um vilarejo de 1,7 mil habitantes. A Enviken Records foi fundada em 1997 por Patrik Staffanson. “Desde o início eu tenho mandado nossas gravações para emissoras de rádio e tevê na Suécia. Hoje em dia já há várias músicas de Enviken tocando”, conta Staf­fan­son na página oficial de sua empresa numa rede social. Embora as pessoas adotem o estilo rockabilly no dia a dia, nos fins de semana elas capricham ainda mais. Comparações com o filme “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (1978), estrelado por John Travolta, e Memphis, cidade americana onde Elvis Presley morou na mansão Graceland, são até comuns. O cantor é um dos principais ícones do rockabilly, não só em termos musicais como também de estilo. Basta lembrar de seu topetão. Já entre as mulheres, as grandes referências são, de um lado, a pinup Bettie Page e, de outro, a elegante atriz ­Audrey Hepburn. Apesar das diferenças entre uma e outra, um ponto em comum: a franjinha no cabelo – o penteado da moda entre as moças de Enviken.
FONTE:  isto é